Índice MasterCard classifica o Brasil como ‘principiante’ no uso da telefonia móvel como forma de pagamento, mas mostra o Brasil na frente de países com Alemanha e Franca
Raphael Michilis
O Brasil aparece na 16ª posição do Índice de Preparação para Pagamento via Celular (MPRI na sigla em ingles) criado pela operadora de cartões de crédito Mastercard, publicado esta semana.
O país conseguiu apenas 33,4 da escala que vai ate 100, mas o resultado deixou o mercado brasileiro 0,2 ponto acima da média geral dos 34 países no ranking, que tem a Cingapura em primeiro lugar.O desempenho foi suficiente para trazer o Brasil a frente de grandes economias européias como Alemanha (19º), França (23º) e Itália (32º), além da vizinha Argentina, última colocada do ranking.
O Reino Unido, oitavo da lista, foi único pais europeu melhor preparado que o Brasil para a operação de m-payments (pagamentos via celular), segundo o índice da MasterCard.
O relatório do MPRI aponta o desconhecimento das alternativas de pagamento móvel como um dos principais fatores impedindo o Brasil de ter uma classificacao mais alta.
O documento sugere que o país precisa implementar iniciativas de marketing e educação para que consumidores brasileiros conheçam os benefícios da modalidade de pagamento.
Segundo o MasterCard, apenas 14% dos consumidores brasileiros está familiarizado com o pagamento via telefonia móvel.
Por outro lado, a intenção de uso do telephone celular como ferramenta de pagamento é curiosamente maior que a familiaridade com o serviço. O índice MPRI mostra que 19% dos brasileiros estão dispostos a provar esta opção.
m-money traz inclusão financeira
O bom desempenho do Kenia no ranking MasterCard é devido ao baixo índice de acesso a contas bancárias. O país é líder mundial em transações com mobile-money (m-money), pagamento e a transferência de dinheiro via telefone celular, e a população keniana é uma das mais familiarizadas com todos os tipos de pagamentos via celular.
O m-money é comum em várias nações africanas, onde a infra-estrutura financeira é precária e grande parte da população está longe dos centro urbanos e agências bancárias, como é o caso da Nigéria.
O especialistas em comércio via cellular e fundador da Mobile Strategy Partners, David Eads, é otimista a respeito do futuro do m-payments no Brasil.
Ele estima que cerca de 40% da população latino-americana não tem acesso a contas bancárias e que a nova modalidade de pagamento vai ser impulsionada pela necessidade de inclusão financeira no Brasil e países vizinhos.
“O boom economico vivido pelo Brasil vai proporcionar um terreno fértil para o crescimento do mercado de m-payments. É aí que as iniciativas em m-money vão gerar lucro, servindo o segmento da população que está à margem do sistema financeiro”, comentou Eads.
Ranking MasterCard
1º Cingapura 45.6
2º Canada 42.0
3º Estados Unidos 41.5
4º Kenia 40.4
5º Coreia do Sul 39.7
6º Japao 39.6
e-wallet
Também esta semana, a Mastercard anunciou o lançamento global da PayPass e-wallet Service, uma carteira eletrônica que deve fundir todos os cartões de crédito do usuário em uma ferramenta de pagamento única. A operadora de cartões informou, no entanto, que ainda não tem planos de lançar o produto no Brasil.
REGULAMENTAÇÃO
O relatório da MasterCard aponta o ítem ‘regulamentação’ como um “desafio” para o pagamento móvel no país, mas indica que o Brasil tem feito progressos na área e que “as parcerias parecem estar dando certo”.
Varias empresas dos setores financeiro e tecnológico anunciaram parcerias em recente investimentos em m-payments no Brasil, como são os casos da Nokia com a Pagseguro, e a própria MasterCard com a Vivo.
“O Banco Central do Brasil e o Ministério das Comunicacoes estão discutindo os aspectos regulatórios da inclusão financeira e requerimentos de segurança para o pagamento via telefonia móvel no país”, informou Aldo Mendes, diretor de Política Monetária do Banco do Brasil, durante o evento Cards 2012 em abril.
Mendes informou que o primeiro texto oficial das regras do pagamento via celular (m-payments) no Brasil deve estar pronto em cerca noventa dias, mas que o assunto ainda precisa ser discutido mais a fundo.
A regulamentação dos pagamentos via celular deve garantir a universalidade dos serviços, impondo regras que eliminem barreiras para a criação de novos negócios, explicou Mendes.
Ele acresecentou que os modelos de negócios instalados no Brasil deverão ser interoperacionais, permitindo a comunicação entre as plataformas de diferentes provedores.
A regulamentação brasileira para m-payments deve assegurar:
Adaptabilidade, permitindo que as modalidades de pagamento atuais coexistam com o m-payments;
Que os contratos e as tecnologias dos serviços de m-payments ofereçam flexibilidade, dando liberdade para que o usuário possa migrar entre as diferentes operadoras e fabricantes de celular.
A prevencao da lavagem de dinheiro e a proteção dos direitos do consumidor.
Seu blog está deveras interessante. Gostei dessa matéria do índice Mastercard (até pq diz respeito à realidade da qual estou inserido - Brasil!).
ReplyDeletecheers, Luciano